Qual é o correto, havia ou haviam? Veja o que diz a norma culta

A língua portuguesa tem regras que geram dúvidas até em falantes nativos. Uma das mais comuns envolve o verbo haver, especialmente ao escolher entre “havia” e “haviam” na escrita.

Embora pareçam semelhantes, “havia” e “haviam” seguem lógicas diferentes na norma culta. Entender essa diferença evita erros frequentes e melhora a clareza em textos formais.

Neste stories, você vai aprender quando usar “havia” e quando usar “haviam”, observando como cada forma funciona dentro das regras do verbo haver na gramática normativa.

O verbo haver é versátil: pode indicar existência, acontecimentos passados, tempo decorrido ou funcionar como auxiliar em tempos compostos, o que explica tantas dúvidas no uso cotidiano.

O verbo haver

Quando expressa existência, ocorrência ou tempo transcorrido, ele é impessoal, não tem sujeito e, por isso, deve permanecer sempre no singular, sem flexão para o plural.

Essa regra se mantém mesmo com elementos no plural na frase, o que diferencia haver de verbos como existir, que concorda com o sujeito e se flexiona normalmente.

Já quando o verbo haver atua como auxiliar em tempos compostos, ele passa a ser pessoal, possui sujeito e deve concordar com ele, podendo aparecer no plural.

A confusão acontece porque o verbo existir segue concordância com o sujeito, enquanto haver, no sentido de existir, não admite plural na norma culta vigente.

POR QUE TANTA CONFUSÃO?

Como existir se flexiona com naturalidade, muitos falantes aplicam essa lógica ao verbo haver, criando um erro por analogia que se tornou muito comum.

Esse uso incorreto é tão frequente que gerou debate entre linguistas, mas a norma culta atual continua orientando o emprego tradicional do verbo haver.

Portanto, quando houver sentido de existir, ocorrer ou indicar tempo passado, a regra permanece: o verbo haver deve ficar sempre no singular.

Para aplicar corretamente as formas, é importante analisar separadamente seus usos. “Havia” aparece no uso impessoal e “haviam” surge apenas quando o verbo é auxiliar.

“HAVIA” OU “HAVIAM”? QUAL A DIFERENÇA?

Use “havia” quando o verbo haver tiver sentido de existir, acontecer ou ocorrer. Nesse caso, ele é impessoal, não possui sujeito e permanece sempre no singular.

Quando usar "Havia"?

Mesmo que a frase mencione termos no plural, o verbo não varia, porque não existe sujeito exigindo concordância, e sim apenas a ideia de existência ou ocorrência.

Essa impessoalidade também ocorre quando haver indica tempo decorrido, comportamento semelhante ao verbo fazer, que também não admite flexão nesse sentido.

Por isso, a norma culta exige o uso de “havia” no singular para evitar construções inadequadas que sugerem pluralidade inexistente no verbo impessoal.

Exemplos corretos: Havia três meninos chegando cedo. Havia vários documentos sobre a mesa. Havia muitas dúvidas durante a aula.

A forma “haviam” só é adequada quando o verbo haver atua como auxiliar ou tem sentido de ter, e não de existir. Nesse caso, ele é pessoal e concorda com o sujeito.

QUANDO USAR “HAVIAM”?

Em locuções verbais, o verbo haver aparece acompanhado de particípio, formando um tempo composto. Por isso, ele se flexiona conforme o sujeito da oração.

Quando o sujeito é “eu”, o auxiliar fica no singular: Eu havia percebido o erro. Eu havia organizado as festas. Aqui, haver concorda com a primeira pessoa.

Portanto, “haviam” não serve para indicar existência. Ele só aparece quando há sujeito definido e quando haver está ligado a um particípio em tempo composto.

Exemplos corretos: Elas haviam chegado cedo. Os alunos haviam comentado sobre o problema. Nós havíamos planejado tudo com cuidado.

“HAVER” NO IMPESSOAL PODE AFETAR OUTROS VERBOS?

Quando haver é usado de forma impessoal dentro de uma locução verbal, ele transmite essa impessoalidade ao verbo auxiliar que o acompanha, mantendo tudo no singular.

Isso acontece porque haver continua sendo o núcleo da construção e não tem sujeito. O auxiliar apenas marca tempo ou modo, sem assumir concordância com elementos no plural.

Por isso, expressões como “deve haver”, “pode haver” e “vai haver” permanecem no singular, mesmo que a frase mencione várias coisas ou pessoas.

POR QUE É INADEQUADO USAR “HOUVERAM” NA NORMA CULTA?

Embora “houveram” exista, seu uso é restrito e aparece em construções arcaicas ou formais, geralmente com sentido de ter realizado algo, o que é raro no cotidiano.

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