Papel rasgado mostrando o escrito: Expressões Pejorativas Disfarçadas, o fundo é laranja e a letra é branca.

10 Expressões Pejorativas Disfarçadas no Ambiente de Trabalho

Para criarmos um mundo mais justo e inclusivo, é fundamental prestar atenção à linguagem que utilizamos no dia a dia. Pois, o vocabulário que escolhemos pode reforçar ou combater estereótipos, preconceitos e desigualdades. E , isso é ainda mais importante no ambiente de trabalho, onde a comunicação molda as relações e a cultura organizacional.

Muitas expressões que usamos cotidianamente nasceram em contextos de escravidão, colonização ou exclusão e, embora estejam enraizadas na cultura popular, perpetuam discriminações. Mesmo quando ditas sem intenção ofensiva, essas palavras e frases podem machucar, excluir e desvalorizar pessoas.

Por isso, é necessário repensar nosso vocabulário com senso crítico e responsabilidade. Logo, evitar expressões pejorativas disfarçadas é um passo essencial para promover o respeito e a equidade no ambiente corporativo.

Por que a linguagem importa no ambiente profissional?

A linguagem é mais do que um simples instrumento de comunicação. Ela expressa nossas crenças, valores e a forma como enxergamos o mundo e as pessoas ao nosso redor. No contexto profissional, isso ganha ainda mais relevância, pois as palavras moldam o ambiente de trabalho, influenciando o clima organizacional e as relações entre colegas.

Logo, expressões ofensivas, mesmo quando ditas sem a intenção de causar mal, podem gerar exclusão, desconforto e até conflitos. Uma frase aparentemente inofensiva pode carregar um histórico de preconceito, e ao ser repetida, perpetua discriminações que muitas vezes passam despercebidas.

Dona de empresa segurando e lendo um livro sobre quais expressões ela deve evitar no ambiente profissional.

Diante desse cenário, adotar uma linguagem neutra, respeitosa e inclusiva é fundamental para criar um espaço seguro e acolhedor para todas as pessoas. A mudança no vocabulário é um gesto de empatia e consciência que contribui para a construção de um ambiente profissional mais ético e humano.

Expressões que parecem inofensivas, mas são problemáticas

Confira algumas expressões que ainda são comuns em conversas informais e formais dentro das empresas, mas que devem ser evitadas devido à sua origem ou conotação ofensiva:

10. “Judiar”

A palavra “judiar” tem raízes no termo “judeu” e começou a ser usada para designar atos de crueldade e violência contra pessoas. Com o tempo, a expressão ganhou novos significados, mas sua origem está atrelada ao antissemitismo e à marginalização de um povo.

Para evitar essa conotação negativa, prefira termos como “humilhar”, “maltratar” ou “machucar” quando quiser se referir a atos de violência física ou emocional, sem reproduzir preconceitos.

9. “Nas coxas”

Essa expressão tem origem na época colonial brasileira, quando as telhas de barro eram moldadas manualmente nas coxas de pessoas escravizadas. Como cada corpo tinha uma forma e tamanho diferentes, as telhas produzidas não tinham um padrão e, por isso, eram consideradas desiguais e de baixa qualidade.

Com o tempo, “feito nas coxas” passou a ser sinônimo de algo malfeito ou improvisado. No entanto, ao repetir essa expressão, resgatamos um período de extrema violência e desumanização. Logo, dê preferência a termos neutros como “improvisado” ou “sem padrão”.

8. “Programa de índio”

A expressão “programa de índio” tem sido amplamente usada para descrever situações desagradáveis, mal organizadas ou frustrantes. No entanto, sua origem está enraizada em um olhar preconceituoso sobre a cultura indígena, tratando costumes e rituais tradicionais como inferiores.

Esse uso reforça estereótipos negativos, perpetua as ideias colonialistas e ignora a riqueza, complexidade e diversidade das culturas indígenas. Por isso, ao falar sobre programas desagradáveis, prefira utilizar “evento desagradável”,”atividade mal planejada” ou “evento desorganizado”.

7. “Dar mancada”

A expressão “dar mancada” é amplamente utilizada para descrever situações em que alguém comete um erro ou falha em cumprir um acordo. No entanto, o termo carrega um viés capacitista, pois faz alusão ao ato de mancar, uma característica física de pessoas portadoras dessa deficiência.

Logo, ao associar essa condição a falhas ou comportamentos negativos, reforça-se a ideia de que portar uma deficiência é algo indesejável ou inferior. Por isso, opte por frases como “cometeu um erro” ou “você falhou”, que transmitem a ideia com clareza sem ofender ou marginalizar nenhum grupo.

6. “Denegrir”

A palavra “denegrir” vem do latim “denigrare”, que significa “tornar negro”. Com o tempo, passou a ser usada como sinônimo de difamar, manchar a reputação de alguém ou lançar descrédito sobre uma pessoa. O problema é que, ao associar a ideia de escurecer a algo negativo, essa expressão reforça uma visão racista.

Na prática, isso significa que o uso do termo alimenta preconceitos que associam “preto” a algo ruim ou inferior. Dessa forma, ao invés de usar essa expressão, utilize “difamar”, “rebaixar” ou “menosprezar”.

5. “Você está cego/surdo/mudo?”

As frases “você está cego?”, “você está surdo?” ou “você está mudo?” são comumente usadas para indicar desatenção ou falta de resposta. No entanto, elas fazem uso de deficiências reais como metáforas negativas, o que reforça estigmas e desrespeita pessoas portadoras.

Por isso, recomendamos que substitua por expressões como “Você não percebeu?”, “Você foi desatento” ou “Você não prestou atenção?”, que comunicam a mesma ideia de forma respeitosa.

4. “Mal-amada”

A palavra “mal-amada” é frequentemente usada de forma pejorativa para descrever mulheres que demonstram irritação, firmeza ou comportamento considerado fora do padrão esperado. Reforçando o estereótipo de que o equilíbrio emocional feminino depende de sua vida afetiva e sexual.

Diante disso, substitua por termos que não façam julgamentos sexistas, como “amargurada”, “ressentida”, “frustrada” ou “insatisfeita”, quando realmente for necessário descrever um estado emocional sem apelar para estereótipos machistas.

3. “A coisa tá preta”

A expressão “a coisa tá preta” é usada para indicar que algo está ruim, difícil ou problemático. Essa relação linguística reforça o racismo estrutural presente na sociedade brasileira, em que símbolos ligados à negritude são constantemente utilizados para representar aspectos negativos.

Logo, em vez disso, utilize expressões como “A situação está complicada” ou “as coisas não estão indo bem”, que transmitem a mesma ideia sem reforçar estereótipos raciais.

2. “Dia de branco”

A frase “dia de branco” sugere que apenas pessoas brancas se dedicam ao trabalho, perpetuando um estereótipo que historicamente desvaloriza o esforço e a contribuição de pessoas negras na construção da sociedade.

Ao repetir frases como essa, reforçamos uma visão limitada e racista que nega a importância do trabalho de populações historicamente marginalizadas. Em vez de contribuir com um ambiente profissional inclusivo, esse tipo de vocabulário colabora com a manutenção de desigualdades estruturais. Logo, prefira dizer “dia cheio”, “muito trabalho” ou “rotina intensa”.

1. “Criado-mudo”

A expressão “criado-mudo” tem origem no período da escravidão, quando pessoas escravizadas eram obrigadas a permanecer em silêncio ao lado das camas de seus senhores. A designação “mudo” não se refere à condição física, mas sim à imposição cruel de submissão e silenciamento.

No ambiente corporativo, o uso dessa expressão pode passar despercebido, mas carrega um peso histórico que contradiz os princípios de inclusão e respeito. Logo, utilize termos como “mesa de cabeceira” ou “mesa lateral”.

Papel das empresas na promoção de uma linguagem inclusiva

As organizações têm um papel fundamental na construção de ambientes profissionais mais seguros, respeitosos e igualitários. Logo, promover uma cultura inclusiva vai além de declarações institucionais: exige atitudes práticas e comprometidas com a diversidade em todos os níveis da empresa.

Por isso, é essencial que as empresas invistam em ações educativas contínuas, treinamentos de conscientização e comunicação interna que promova o respeito às diferenças. Isso ajuda a identificar e eliminar expressões e comportamentos prejudiciais antes que gerem conflitos e afetem o clima organizacional.

Além disso, políticas claras de combate ao preconceito e canais acessíveis para denúncias fortalecem o compromisso institucional com a equidade. Um ambiente profissional verdadeiramente inclusivo é aquele em que todos os colaboradores se sentem valorizados, ouvidos e protegidos, independentemente de sua origem, orientação ou condição.

Mulher dando palestra em uma empresa sobre a importância de evitar expressões pejorativas.

Evitar expressões pejorativas disfarçadas no ambiente de trabalho é uma atitude simples, mas poderosa. Ao compreender a origem e o impacto das palavras, conseguimos moldar um vocabulário mais respeitoso.

Mais do que uma tendência, a linguagem inclusiva é uma necessidade. Além disso, ela contribui para a construção de um ambiente onde todos se sentem vistos, ouvidos e respeitados.

Ao adotar um vocabulário mais consciente e inclusivo, você contribui para um ambiente de trabalho mais justo, seguro e acolhedor. Promover a mudança começa com pequenos gestos — e as palavras são um dos mais poderosos.

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