Mulher com blusa amarela fazendo expressão de dúvida ao lado da frase “Havia ou Haviam?”, em fundo claro

Qual é o correto, havia ou haviam? Veja o que diz a norma culta

A língua portuguesa reúne uma variedade de normas que, mesmo para falantes nativos, podem gerar dúvidas frequentes. Entre essas incertezas está o uso do verbo “haver”, especialmente quando se trata de diferenciar as formas “havia” e “haviam”, que parecem semelhantes, mas seguem lógicas distintas da gramática normativa.

Neste post, você vai entender de maneira clara quando usar “havia” e quando usar “haviam”, observando como cada forma funciona dentro das regras da norma culta. Também traremos exemplos práticos e um panorama detalhado sobre a função impessoal ou auxiliar do verbo em diferentes contextos.

Ademais, mostramos também como reconhecer situações em que o verbo assume sentido de existência, quando permanece sempre no singular, e quando atua como auxiliar, caso em que pode ser flexionado. Essas informações, irão ajudar você a dominar o uso de um dos verbos mais importantes e presentes no português.

O verbo “haver” na norma culta

O verbo haver é amplamente utilizado na língua portuguesa e carrega múltiplas funções, podendo indicar existência, acontecimentos passados, marcação de tempo decorrido ou atuar como verbo auxiliar em construções verbais compostas. Essa versatilidade explica por que tantas dúvidas surgem ao aplicá‑lo corretamente no cotidiano, sobretudo quando é necessário decidir entre sua forma impessoal ou pessoal.

Lupa posicionada sobre um dicionário aberto, ampliando parte do texto impresso nas páginas

De maneira geral, quando empregado para expressar existência, ocorrência ou tempo decorrido, o verbo assume caráter impessoal, ou seja, não possui sujeito e, por isso, permanece invariável no singular. Essa característica impede qualquer flexão para o plural, mesmo quando a oração se refere a elementos numerosos, o que o diferencia de outros verbos semanticamente semelhantes, como “existir”.

Por outro lado, quando o verbo “haver” atua como auxiliar em tempos compostos, ele passa a ser pessoal, devendo concordar com o sujeito da oração. Essa distinção entre uso impessoal e pessoal é essencial para dominar o emprego adequado do verbo e compreender com clareza quando ele deve aparecer no singular ou no plural.

Por que tanta confusão?

A confusão é comum porque o verbo existir segue a concordância com o sujeito, enquanto o verbo “haver”, quando usado no sentido de existir, não admite essa flexão. Assim, construções como “Existem muitos interessados” estão corretas, mas “Haviam muitos interessados” não se enquadram na norma culta. Como “existir” se flexiona naturalmente, muitos falantes tentam aplicar a mesma lógica ao verbo “haver”, o que acaba gerando erros recorrentes na comunicação cotidiana.

“Discute-se, entre os estudiosos, a conveniência de considerar, de uma vez por todas, o verbo haver como um verbo comum com sujeito posposto. Há bons argumentos contra e bons argumentos a favor desse “reenquadramento” de haver.”

Cláudio Moreno, autor do livro Guia Prático do Português Correto

Esse comportamento por analogia se tornou tão frequente que o tema passou a ser discutido entre linguistas e gramáticos. Há quem defenda que “haver” poderia ser tratado como um verbo comum quando expressa existência, mas esse posicionamento não é adotado pela norma atual. Mesmo com debates acadêmicos sobre uma possível mudança, as regras tradicionais continuam orientando o uso formal da língua.

Dessa forma, permanece válida a orientação principal: ao indicar existência, acontecimentos ou tempo transcorrido, o verbo “haver” deve ser usado sempre no singular, independentemente da quantidade mencionada na frase. Essa diretriz assegura clareza, correção gramatical e alinhamento com a norma culta vigente.

“Havia” ou “haviam”? Qual a diferença?

Para compreender de forma clara como aplicar corretamente cada uma dessas formas, é essencial analisar separadamente seus usos na norma culta. A seguir, você encontrará explicações detalhadas sobre quando empregar “havia” — forma impessoal usada para indicar existência ou tempo transcorrido — e quando utilizar “haviam”, que aparece apenas em contextos em que o verbo funciona como auxiliar e concorda com o sujeito.

Quando usar “Havia”?

A maneira mais prática de compreender o uso correto é lembrar que o verbo haver, quando empregado com o sentido de existir, acontecer ou ocorrer, funciona como um verbo impessoal, ou seja, não possui sujeito.

Sendo assim, ele não varia e deve permanecer sempre no singular, independentemente da quantidade mencionada. Ou seja, a norma culta estabelece o uso obrigatório de “havia” no singular, evitando construções incorretas que sugerem pluralidade onde ela não existe. 

Ademais, mesmo com termos no plural, o verbo permanece no singular porque expressa apenas a existência ou ocorrência de algo, e não um sujeito que exija concordância. Além disso, o verbo também mantém essa impessoalidade quando indica tempo transcorrido, comportamento semelhante ao verbo fazer, que também não admite plural nesse uso.

A seguir, confira alguns exemplos para ilustrar o uso do verbo “Haver”, em contextos impessoais:

  • Havia três meninos chegando cedo;
  • Havia vários documentos sobre a mesa;
  • Havia muitas dúvidas durante a aula;
  • Havia dois meses que eu não via meus amigos;
  • Há três anos concluí meu curso técnico.

Quando usar “Haviam”?

A forma “haviam” só é adequada quando o verbo “haver” atua como verbo auxiliar ou quando expressa o sentido de ter, e não o de existir. Pois, nesses casos, o verbo é pessoal, possui sujeito e, portanto, precisa concordar diretamente com ele.

Ademais, quando a ação envolve o pronome “eu”, a forma correta será sempre “eu havia”, já que o auxiliar deve acompanhar a primeira pessoa do singular. Dessa maneira, construções como “Eu havia percebido o erro” ou “Eu havia organizado as festas de fim de ano” demonstram claramente esse uso, reforçando que, diferentemente do emprego impessoal, aqui há concordância plena. A seguir, confira exemplos práticos:

  • Elas haviam chegado cedo;
  • Os alunos haviam comentado sobre o problema;
  • Nós havíamos planejado tudo com cuidado;
  • Eles haviam terminado o relatório;
  • Nós havíamos planejado tudo com antecedência;
  • As alunas haviam estudado bastante.

Nesse conjunto de exemplos, observamos que o verbo “haver” aparece sempre acompanhado de um particípio, formando um tempo composto. Por essa razão, ele funciona como auxiliar e deve se flexionar de acordo com o sujeito da oração.

“Haver” no impessoal pode afetar outros verbos?

Quando o verbo haver é empregado de forma impessoal dentro de uma locução verbal, ele estende sua impessoalidade ao verbo auxiliar que o acompanha. Isso ocorre porque, nesse tipo de construção, o verbo principal continua sendo “haver”, enquanto o verbo auxiliar apenas contribui para indicar o tempo, o modo ou o aspecto da ação, sem assumir o papel central. Como consequência, ambos permanecem no singular, ainda que a frase pareça exigir concordância com elementos no plural.

Tendo isso em vista, esse fenômeno é facilmente percebido em expressões comuns do cotidiano, como “deve haver”, “pode haver” e “vai haver”. Isso acontece porque a regra da impessoalidade prevalece sobre a sensação de pluralidade que o falante possa ter ao construir a frase, preservando a estrutura exigida pela norma culta.

Mulher jovem com expressão de dúvida, levando a mão ao queixo enquanto olha para cima, em frente a um fundo cinza escuro

Assim, compreender esse mecanismo é essencial para evitar erros recorrentes, como o uso inadequado de formas como “devem haver” ou “podem haver”. Ao reconhecer que o verbo auxiliar apenas acompanha o verbo principal, e que este, por sua impessoalidade permanece invariável, o falante desenvolve maior segurança para aplicar corretamente a regra em diferentes contextos.

Por que é inadequado usar “houveram” na norma culta?

Embora a forma “houveram” exista, seu uso é bastante restrito e aparece apenas em construções arcaicas ou altamente formais, geralmente relacionadas ao sentido de “ter realizado algo”. Esses contextos, além de pouco recorrentes no português, são limitados a registros literários ou jurídicos específicos, o que reforça a necessidade de cautela ao empregar a forma.

Dessa maneira, a recomendação da norma culta é direta: evite utilizar “houveram” para indicar fatos, situações ou elementos que existiram ou ocorreram. Optar sempre pelo singular garante correção, clareza e alinhamento com o uso formal da língua, prevenindo erros comuns que frequentemente aparecem em textos informais ou no discurso cotidiano.

Por que dominar essa regra é importante?

Dominar o uso adequado das formas “havia”, “haviam” e “houveram” é fundamental para quem deseja comunicar-se com clareza e precisão. Pois, o emprego correto dessas estruturas evita ambiguidades e demonstra segurança linguística, algo especialmente valorizado em contextos profissionais, acadêmicos e institucionais. Assim, compreender quando o verbo “haver” é impessoal ou pessoal se torna um diferencial importante.

mulher escrevendo em um caderno

Além disso, essa regra é amplamente cobrada em vestibulares, concursos públicos e avaliações escolares, o que reforça sua relevância prática. Logo, saber aplicá-la corretamente não apenas melhora a qualidade dos textos, como também aumenta o desempenho em provas que exigem domínio da norma culta.

Outrossim, o uso consciente dessas formas contribui para uma comunicação mais elegante e alinhada aos padrões formais da língua portuguesa. Escrever corretamente fortalece a credibilidade do autor, transmite profissionalismo e reduz ruídos que poderiam comprometer a compreensão. Assim, entender a diferença entre “havia”, “haviam” e “houveram” é essencial para quem busca excelência na comunicação oral e escrita.

“Havia” ou “Haviam”? Ambos estão corretos!

Por fim, a distinção entre “havia” e “haviam” pode parecer complexa à primeira vista, mas se torna simples quando entendemos o papel do verbo “haver” na frase. Em resumo:

  • Quando indica existir, o verbo é impessoal e fica sempre no singular;
  • Quando atua como verbo auxiliar, ele se flexiona e pode aparecer no plural;
  • Formas como “houveram” devem ser evitadas no português formal.

Dominar essa diferença é essencial para escrever com clareza e elegância, além de atender às expectativas da norma culta. E, se quiser aprofundar seus conhecimentos em português e aprimorar sua escrita, continue acompanhando o blog da Prime Cursos!

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