Quantas horas um cuidador pode trabalhar por dia?

O trabalho de cuidador é uma ocupação que vem crescendo cada vez mais no Brasil. Sua principal forma de atuação é junto à população idosa, tendo em vista o aumento da longevidade da população brasileira, que contribui com a demanda por profissionais especializados no cuidado de idosos. 

Nem toda família tem condições ou tempo disponível para auxiliar seus familiares mais velhos nas atividades do dia a dia, e é nesse momento que o trabalho do cuidador se faz tão importante. Essa é, muitas vezes, a única alternativa viável para garantir os cuidados necessários em prol da saúde, bem-estar e qualidade de vida da pessoa idosa. 

No artigo a seguir, vamos explicar como é o trabalho do cuidador, qual o salário e a carga horária dessa ocupação e o que é preciso para atuar nessa área. Confira! 

Como é o trabalho do cuidador?

O cuidador é o profissional responsável por auxiliar o idoso (ou adultos, jovens, crianças ou bebês) em suas atividades diárias, atender suas necessidades e estimulá-lo a desenvolver autonomia, mesmo que em pequenas tarefas do cotidiano. As informações são da Biblioteca Virtual da Saúde do Ministério da Saúde.

A partir dessa definição, entende-se que as principais funções de um cuidador são:

• – Auxiliar nos cuidados de higiene da pessoa assistida (assim como nos cuidados em relação à aparência, visando o fortalecimento da sua autoestima);
  • – Auxiliar na alimentação e hidratação;
• – Auxiliar na locomoção e realização de atividades físicas;
• – Administrar medicamentos receitados pelo médico;
• – Prezar pelo bem-estar da pessoa assistida e atentar-se ao seu estado de saúde;
• – Fazer o acompanhamento em consultas médicas e exames;
• – Fazer o acompanhamento em atividades sociais, culturais, de lazer e religiosas;
• – Manter limpo e organizado o ambiente onde a pessoa assistida vive;
• – Comunicar aos familiares sobre o estado de saúde da pessoa assistida.

Os cuidados pessoais são algumas das principais atividades de quem trabalha como cuidador. Cabe a esse profissional garantir que a pessoa assistida por ele esteja sempre limpa – o que significa que tarefas como dar banho, trocar fraldas e escovar os cabelos e os dentes, entre outras atividades, são algumas das suas principais responsabilidades diárias.

A alimentação também faz parte das principais obrigações do cuidador. Sendo assim, é responsabilidade desse profissional oferecer refeições equilibradas e saudáveis dentro dos horários estabelecidos para prover os nutrientes que a pessoa precisa.

Além disso, muitas pessoas que dependem de um cuidador também precisam de ajuda em relação ao controle de medicamentos e os horários que eles devem ser tomados. Outra responsabilidade dessa profissão diz respeito à promoção de entretenimento e bem-estar, incluindo atividades como caminhadas matinais, jogos que exercitam o raciocínio, leituras, etc. 

Como o cuidador é uma pessoa que vai acompanhar boa parte da vida e rotina da pessoa que precisa de ajuda, sua contratação geralmente é feita por meio de boas referências e mediante análise do perfil do candidato à vaga. Para que todas essas funções sejam realizadas de forma satisfatória, é fundamental ser capaz de prestar um atendimento humanizado, respeitando a história da pessoa idosa. 

Segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios em 2018, o cuidador de idoso foi a ocupação que mais cresceu no país em uma década. O balanço mostrou que o número de profissionais do tipo teve uma alta de 547% entre os anos de 2007 e 2017.

Outro aspecto a ser considerado é a tendência de envelhecimento da população, o que promete gerar ainda mais oportunidades nesse setor. Segundo o último censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2022, o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% em 12 anos. 

Hoje em dia, o mercado de trabalho para esse profissional inclui asilos, clínicas, hospitais com serviços voltados especificamente a pessoas idosas, postos de saúde e atendimento domiciliar, sendo esta última a mais comum e a que mais cresce no Brasil. O fato é que há uma ampla gama de locais à procura desse tipo de profissional em todo o país.

A atuação enquanto cuidador de idosos é considerada correspondente a profissionais da área da saúde, embora essa profissão ainda não seja regulamentada por lei no Brasil. Até o momento, ela está enquadrada na legislação dos trabalhadores domésticos. 

Essa dificuldade se dá, principalmente, pelo posicionamento contrário do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que defende que os idosos devem ser auxiliados por especialistas na área.

Em 2019, o Projeto de Lei 11/2016 que tinha o objetivo de regulamentar a profissão foi votado no Congresso Nacional, mas não foi aprovado. Há, ainda, outros projetos de lei para regulamentação da profissão em trâmite no legislativo, como o PL 6966/06. 

A profissão de cuidador já é reconhecida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Continue a leitura para conferir mais detalhes a respeito da remuneração e da jornada de trabalho nessa área.

Qual é o salário e a carga horária do cuidador?

Como a profissão de cuidador ainda não é regulamentada, não possui um piso salarial. Sendo assim, o valor mínimo que a pessoa que trabalha como cuidador pode receber é o salário mínimo – o que corresponde aproximadamente às informações divulgadas pelo site salario.com.br, que indica que a média salarial de um cuidador de idoso é em torno de R$ 1.511,13.

Já segundo o site Vagas, quem trabalha como cuidador de idosos ganha em média um salário de R$ 1.420,00. A verdade é que, a depender da região, formação e experiência do profissional, o salário pode chegar a mais de R$ 2.000. Em instituições especializadas em serviços de assistência a pessoas idosas, é possível encontrar salários que variam entre R$ 2.300 e R$ 3.000.

Isso vai depender, é claro, da jornada de trabalho do profissional. Então vamos ao que interessa: confira a seguir alguns dos principais modelos de carga horária aplicados atualmente para o cuidador de idosos.

Jornada 12×36

Essa jornada é a mais utilizada por famílias que precisam contratar um cuidador de idoso para acompanhá-lo em casa. Nesse regime de trabalho, o cuidador trabalha por 12 horas diretas, com 1 hora de intervalo, e tem um período de descanso de 36 horas entre um expediente e outro. 

Essas questões devem ser respeitadas de forma obrigatória, e, se o empregador não conceder o tempo de intervalo indicado pela lei, deverá considerar esta hora como sendo extra, remunerando-a adequadamente como tal.

Jornada integral de 44 horas semanais

Nessa jornada, o profissional cumpre até 44 horas de trabalho semanalmente – de maneira geral, o que acontece é que o trabalhador vai até o local de trabalho diariamente e cumpre 8 horas de trabalho diário. Vale lembrar que é permitido que o profissional tenha o tempo mínimo de 30 minutos e o máximo de 2 horas de intervalo para almoço, além das 8 horas de trabalho no dia. 

Em alguns casos, o empregador solicita o trabalho aos sábados também. Nesses dias, a carga horária deve ser apenas de 4 horas, completando, assim, as 44 horas semanais. Outra possibilidade é essas 44 horas serem distribuídas de segunda a sexta-feira. 

Jornada parcial de até 25 horas por semana

Outra opção é a jornada de até 25 horas semanais de trabalho, na qual o empregado não pode ultrapassar 6 horas de trabalho diário. Nessa modalidade, o salário é proporcional à carga horária de trabalho, e, por isso, é a ideal para empregadores que não precisam de serviços diariamente.

Agora que você já conhece a quantidade de horas que um cuidador pode trabalhar por dia, confira a seguir o que é necessário para trabalhar nessa área.

Como se tornar um cuidador?

Para exercer a função de cuidador, é preciso ter mais de 18 anos de idade, uma qualificação básica na área e algumas habilidades específicas. Nesse sentido, a principal característica para trabalhar como cuidador é se sentir à vontade para trabalhar com idosos, já que esse é o principal público atendido por esse tipo de profissional. 

Além disso, também é fundamental ter paciência, calma, sensibilidade, gostar de ajudar, ser prestativo e observador e saber ouvir. Em termos práticos, é preciso saber como auxiliar o idoso (a se locomover, trocar fralda, tomar banho e outras atividades que façam parte da sua rotina). Ter conhecimentos em primeiros socorros pode ser um diferencial. É por essa razão que a qualificação na área se faz tão importante. 

Não é exigido diploma de curso superior para trabalhar como cuidador, mas, por se tratar de uma área de atuação da saúde, é recomendada a formação em um curso da área para exercer a atividade com mais segurança.

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O cuidador de idosos, seja ele familiar ou profissional contratado, é peça importante na difícil tarefa de proporcionar e oferecer um envelhecimento mais saudável e com menor comprometimento funcional.

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